sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Intervalos

Nasci ontem e vou morrer amanhã, o intervalo que me resta gasto com coisas imorais, imateriais que vão rodar o mundo tantas vezes quantas eu puder respirar até não poder mais. Nesse intervalo meio contado eu ando torto, pisando em falso e despenteado, minha caneca de louça com letras garrafais escrevendo "Tommy's BRAND COFFEE" só me fazem acreditar ainda mais que eu não sou o Tommy da marca, não vou conhece-lo e sequer serei tão conhecido quanto ele. Minha passagem é vã, ou talvez não vá.
Minha estrada cheia de pedra e vidro é difícil, meu céu é azul como o de todos, minha grama é verde e meus olhos embaçam fácil, mas estão abertos o suficiente pra aprender que não tenho estrada, céu ou grama e que a prece que faço na cama é fé em algo maior, mas também é fé que eu tenho que ter pra saber que o sono logo vem e vai me levar pra terra além do viver e morrer, pra terra onde nos resta sonhar e acordar sabendo que morreu numa outra vida qualquer.


COPACUBANA

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