quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Libertá

Cansei de falar da chuva lá fora, hoje chove aqui dentro, chove da minha janela pra fora, molha meu rosto e demora a cair, salgada como um tormento, um carinho, um lamento, chora com inveja do que era doce. Água se faz rio, corre pra maré, da maré corre pra cá, inverte a estação, muda a onda breve, quebrando leve na brisa da viração.
Virei o tempo procurando meu amuleto de uma sortezinha leve, levantei montanhas pra procurar um trevo qualquer e atravessei desertos chilenos a pé pra procurar uma flor que me leve, que floresça e refloresça num jardim de um Éden avesso, no verso da minha casa em cor, ouvindo uns sons bonitos de dor, dos pássaros presos no mundo. Esses que as asas são sua cela, gaiola de tela disfarçada, trancada nuns fios de madeira que voa, voa, voa e não acha nada.
Liberdade é mesmo enxergar o que todos os olhos não veem? Ou é só se aceitar, sorrir e chorar sempre que o coração mandar assim imediato, às vezes doendo de chato, chamando pra longe ou pra perto, chamando pro mar aberto onde a sua casa faz meu farol.


COPACUBANA