segunda-feira, 6 de julho de 2009

Meu abandono

Da chuva e do mar, o importante é que lava a alma. E eu (logo eu!), que carregava umas tristezas, agradeço a chuva e ao mar.
A sorte da virada veio na hora certa pro coração que é bobo, veio sem ser esperada. Bateu na porta mansinho, entrou devagarzinho e se aninhou no seu lugar.
Meu coração é bobo e eu acho que ele é pardal, Voa por aí seguindo tudo que brilha e faz ninho.
Logo eu, que gostava de tudo diferente, que via um mundo no vento e não reparava no vento do mundo que batia debaixo dos pés, que insistia em me fazer voar.
Com o cabelo enrolado, eu vi aquela moça voar. Foi ali que eu percebi que o vento é meu amigo, que eu podia chegar no alto e encontrar bem no olho dela o verde que faltava em mim.
E lá de cima com ela, eu quis descer. Desci com ela do meu ladinho e a chuva que lava minha alma, com ela que sorri e faz graça, sentamos no banco da praça pra ver a vida passar.
No passeio da vida com ela, eu agora preciso do cheiro do cabelo enrolado, do vestido verde do mar que reflete a cor do seu olho e onde eu me abandono no sono, sabendo que vou descansar.


COPACUBANA