terça-feira, 30 de junho de 2009

A alegria do vento soprar

Emoldurei a viração, da maré alta ao coração. Perdi minha foto pequena, guardada tal qual amuleto, patuá de amuleto da foto pequena, patuá me dá sorte e do sol quero a pena.
A pena do sol é de ouro de brilho, a pena do sol, do sol passarinho. Eu queria meu trevo pra sorte virar, que vira no trevo pra chuva chorar.
Violeta e erva de chá, vento venta forte pra moça sorrir. Roseira branca e folha cidreira, dá a calma ao vento pra moça cantar.
Canta meu encanto, de canto choroso, não canta meu verso, tão triste e manhoso, só chora alegria se o vento soprar, expulsa a tristeza pra flor enraizar.
Espelha minha flor, na morena chá. Se é pedir muito me avisa de lá, me manda uma carta assim perfumada com flor diferente, pra um dia o coração da gente se aquietar. Sua boca de prata na fumaça do espelho, chorando seu olho da cor do cabelo.
Chorando alegria e o vento soprando, meu trevo da sorte da vida levando e minha corrente, pendurada no pranto, é leve e da gente com a sorte cantando.


COPACUBANA

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Das mãos sobre a taça

Falando de conquistas, vitórias nem sempre são vitórias. Às vezes você ganha e queria ter perdido, porque a prata brilha mais que o ouro. Tem campeões que queriam nem ter participado, só pra evitar o peso do ouro.
Pra mim, que seja ouro de folhas secas, prata da lua alta e bronze de coração, ganhar não é o caminho.
Mãos de calos e cortes, braços magros se fazem fortes. No prato, a alegria, por vezes, um prato sem nada pro filho poder sorrir.
E o sorriso do filho na mesa, refaz toda vez a certeza, dos calos sem ouro nas mãos, dos cortes que não fazem vencedores e da pele manchada de sol.


COPACUBANA

domingo, 28 de junho de 2009

Conceitos e conceitos

Na verdade, é tudo uma questão de conceitos. Conceitos, malditos conceitos.
COPACUBANA

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Quebra coração

Outono amarelo, me dá o que eu quero, com o céu bem lavado com a água do sol, me dá o arrebol.
Em sis, dós e sols, inverno escuro, tão qual o meu mundo e o olho dela (que olha meu mundo), que se encontram em cima de um muro alto.
Inverno e outono, irmãos de pertinho, os dois bem juntinhos e rindo de mim.
São moleques brincando, dois passarinhos, de frio no pio, do pio do riso, do riso de mim.
Quebra coração, esperando o verão chegar.


COPACUBANA

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Da minha fórmula

Felicidade é o caminho, e é nisso que eu acredito.
Por mais que pessoas digam que seus objetivos sempre terminam nela, ledo engano, seus objetivos deviam estar ao redor dela, baseado nela, tendo-a como alicerce.
O poder de se auto-sugerir a felicidade é tão maior que qualquer dificuldade que se tenha pra alcança-la, que talvez seja tolice dizer que não encontramos.
A felicidade nasce conosco, nos persegue e, na vontade compulsória de acha-la, julgamos não a ter. Pensando desse modo, somos infelizes em potencial.
Agora se pudermos acordar toda manhã, agradecer e pensar em como somos felizes, não visando encontrar a tão sonhada felicidade, mas querendo apenas otimizar a já existente em nossas vidas, talvez assim nossos dias nublados se iluminariam melhor com uns sorrisos nesses rostos despretensiosos.


COPACUBANA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

De pencas e perdas

Minha morena chá hoje teve gosto de café, amargo e sem graça. Hoje eu vi que ouvir é o melhor remédio, mesmo que a dor seja tão grande.
Ouvi minha dor pequeninha, que o sentimento nem era tão grande, mas foi bem sentido.
Coração miudinho, do tamanho do morango que era doce.
Hoje meu chá de morango não foi, minha fé no que virá tropeçou, meu pré-amorzinho caiu.
Ouvi vozes altas demais, e a minha emudeceu. Eu vi gigantes tão grandes quanto o céu, que me diminuíram ao chão seco do sol forte.
Talvez eu seja pequeno, e sem voz pra gritar bem alto, e ainda acho que minha coragem, cadê?
Eu queria minha morena-morango-chá, queria ouvir minha voz bem alta junto com o pandeiro-coração no chorinho, fazer meu samba-viola cantar.
Quarta de ninguém, de pencas e perdas.


COPACUBANA

terça-feira, 23 de junho de 2009

Da arma do meu reino

Quando eu era menino, conheci um rapaz que queria ser rei. Ele então saiu em busca do seu reino, já que não tinha nome, não tinha ouro e só tinha força.
Subiu numa montanha bem alta (a mais alta que eu já vi de perto) e perguntou ao velho mais sábio (o mais sábio que eu já vi de perto), como fazer pra ser um rei sem reino. O velho, sábio que era, disse ao principe-sem-reino que deveria ele construir o seu castelo, conquistar a sua rainha e tocar o coração do seu povo.
O agora-rei-sem-reino buscou a sabedoria do além-mar, nos livros do além-terra, subiu ao além-céu com a força do aquém-rei.
Um reino não se faz de um rei que manda, de um rei que mata ou de um rei que obriga, o rei que eu conheci, se fez rei com a palavra, ergueu seu trono imaginário nos braços do povo da estrada, que seguia sua estrada de pé no chão e cabeça ao céu.
Exércitos tentaram derrubar o novo-rei-sem-reino, e todos eles se prostraram diante de uma força maior que os canhões e as espadas, maior que o fogo ou a luta, se renderam ao poder da palavra.


COPACUBANA

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Dos amigos da estrada

Tem gente que não entende direito, às vezes entendem errado, fazem entender errado.
Eu abraço, abraço como quem não quer nada, abraço de alegria, abraço de tristeza, dou beijo no rosto, dou beijo na testa.
Tenho amigos-irmãos, aqueles que eu não sei se vão estar comigo, mas que poderiam saber que sim, eu vou estar com eles, sempre pra ouvir, chorar e rir junto.
Eu queria poder acompanhar, usar a magia do lirismo e umas poções de riso a toa pra faze-los não se importar com amores perdidos, beijos não quistos e ossos partidos.
Hoje me disseram "eu quero ficar sozinho", com vontade de ficar com alguém.
Às vezes eu não entendo direito, entendo errado, me faço entender errado. Mas eu queria, de coração aberto, que soubessem que compartilho minha paz e (se não for muito egoísta) espero que eles ainda gravem um disco.


COPACUBANA

sábado, 20 de junho de 2009

Já não sei mais

O padrão que me desculpe.

Hoje seria inevitável falar de alguma coisa, mas dessa vez abandono um pouquinho a minha máscara de ninguém pra mostrar um pouco o coração.

Já foi dito muito aqui sobre o amor, e sobre as alegrias e os sofrimentos que ele causa, mas hoje (é inevitável dizer), o assunto é pré-amar.
O pré-amar é a maré baixa, a água rasa, a areia fina e o samba sem tom.
Combina com tudo, combina com todos, vai do riso ao choro, vai do choro ao tombo, vai da queda ao voo. Eu ainda espero encontrar minha menina dos olhos da cor dos cabelos, e vez em nunca eu me imagino com algumas, mas só imagino.
Uso máscara de ninguém, prefiro esconder o coração.
Talvez soe egoísta, mas falar de mim hoje era inevitável, falar do tempo fechado ao riso da nuvem na roda de amigos, da dança, do samba baixinho que eu escutava quando elas riem, e da vontade que dava de ouvir elas rindo pra sempre.
Até arrisquei pedir a Deus, pra me dar um amorzinho quietinho, meio envergonhado e escondidinho, mas eu ainda não sei rezar e tenho fé no que virá.
Não quero deixar coração orfão.


COPACUBANA

Facetas do Amor

Amor. Amar. Amar. Amor. Tão simples e tão complicado; Tão forte e tão complicado; Tão bom e tão complicado; Tão necessário e tão complicado; Tão complicado.

Existem várias vertentes do amor, sendo o romance a que me deixa mais estonteante. Dentro dele existem vários outros amores também. Não importa o tipo de amor. Todos, às vezes, deixam-nos tristes, tomados pelo desejo de sumir do mundo, ou até mesmo de nunca ter nascido.

A meu ver, uma das partes mais difíceis do amor é quando a relação termina e nós, ainda amando, temos que aprender a conviver e a sobreviver sem a outra metade da laranja (ou da maçã, como queira); sem o carinho; sem as horas no telefone; sem as cartas que você lê, re-lê, lê novamente, não se cansa de ler; sem o amor recíproco; sem os beijos.

Ah, os beijos! Diz-se por aí que o primeiro beijo revela tudo sobre uma relação. Pode até ser. Mas o interessante dos beijos é que são a maior manifestação possível do amor, são tão simples e tão complicados; Tão intensos e tão necessários.

Pergunto-vos eu neste momento: o que faz com que nos apaixonemos? Não é só porque ele é isso ou porque ela é aquilo. Existe algo de inexplicável no amor, mas, certamente, amar e ser amado é, sem dúvida, uma das melhores sensações.

Amem e propiciem amor. Garanto eu: é felicidade na certa!


COPACUBANA

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Da prata de graça

O som mistura a vida, faz música, mato e mar. A vida mistura o som, da gota do riso até o brilho chorar.
Hoje chora meu brilho, da alegria, tristeza, luz e amargura que misturar.
Eu escrevo meu nada carinhoso, queimo com uma erva de cheiro e faço o vento levar.
Leva, me leva o vento, do leve lamento, da nuvem a lágrima no rosto e no lar. Meu lar meu e dela, da grande janela com as portas abertas, um piano de cauda, meu pandeiro e a viola pra prata brilhar.
O sorriso da moça, do olho da moça, do coração (meu e dela) é de prata e pandeiro, que apanha e chora pro amor dissonar.


COPACUBANA

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Perfume do chá de flor

Eu quero uma flor plantada pra cada palavra não dita que for falada, eu quero um cravo e canela, um chá e um beijo dela pra todo amor que cantar.
Eu não peço muito, só peço uma janela bem grande e um ventinho gostoso pra eu te esperar e, te vendo da minha janela, meu chá, meu cravo e canela, ventando o perfume no vento, seu perfume me faz continuar.
A flor é um amorzinho bonito, calado e devagarzinho que ninguém vê chegar. Cravo e canela temperam, no amargo e no doce do beijo o desejo do chá de hortelã.
Bem da cor do vestido dela, o verde da hortelã do meu chá, o castanho dos olhos da moça e o céu do meu vento soprar. Soprando bem devagarzinho, a beleza da moça de verde, o perfume da flor da moça, e o vapor doce do meu chá.


COPACUBANA

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Será?!

A vida é misteriosa.
Cheia de segredos.
Talvez,
Se soubéssemos dos segredos,
Mudaríamos nossas atitudes.
Mas como não sabemos,
Devemos tentar.
E não se arrepender por ter errado,
Mas se orgulhar por ter, ao menos,
Tentado acertar.

COPACUBANA

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu meu castelo

Eu ainda lembro (não sei se com a saudade devida) da época em que eu era incansável, inquebrável, imbativel. Rei do meu castelo de lata.
Lembro também (com a perfeição merecida) do meu castelo de lata, meu refugio do mundo, meu pedaço de paz.
Até que veio o tempo, traquina que é, e resolveu enferrujar, minha época, meu castelo e minha paz.
O vento sobrou a minha paz pra outro lugar, mas o mar é meu amigo e me contou onde eu devia ir, que lá eu ia achar a minha paz na praia, achei.
Reconstruí o meu castelo (não pela última vez), fiz ele de areia, com uma rainha de sal e uma coroa de concha. O mar se aborreceu (esse bicho gente fica me vendo beijar o sol, ora!), levou o meu castelo, minha rainha e minha coroa.
Hoje meu castelo é escondido do vento e do mar - que ainda são meus amigos, e ainda também visitam - sigo minha construção. A mão de obra é rara, mas hoje uso a paz como ferramenta, e ainda sinto o cheiro de tinta.

COPACUBANA

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Retrato do dia

Pé de manga no quintal, laranjeira na janela.
No terceiro andar o vento canta, grita, chora, venta.
Sacada, um saco. Tédio, tédio, tédio, tédio.
Liga a tevê, pega uma água, derrama no chão.
Limpa sua vida, derrama no chão.


COPACUBANA

domingo, 14 de junho de 2009

Fé no que virá

Pra moça. do Mundo, num dia qualquer.

Você sempre soube que eu não falava muito, e quando falava, falava demais. E você sempre reclamou do meu jeito de andar, desde o primeiro dia, quando eu atrasei e você tava me esperando, sentada na escada com uma cara de desaprovação.
Nós sempre nos demos bem, rimos um do outro e um com o outro, cantavamos juntos músicas que não conheciamos e saíamos pra tomar aquele açai na terça à noite (mesmo eu e você saindo escondidos, dizendo que iamos estudar).
Eu nunca entendi direito esse seu amor moderninho, mas sempre te dizia que arrebol rimava com bemol e que eu rimava com você só pra te fazer rir.
Às vezes eu escrevia uns bilhetinhos que pregava pelo seu quarto de manhã pra você se distrair, enquanto gastava todo seu batom escrevendo "EU TE AMO" no seu espelho, só pra voce brigar comigo, eu começar a rir e você me bater até me beijar.
Você sempre me dizia que rosas eram bregas, mas eu nunca te dei rosas, elas eram na maioria amarelas e brancas. E você insistia que odiava rosas, até o dia em que eu te dei um buquê de trevos pra conservar a nossa sorte.
Depois de tantas lágrimas de alegria e sorrisos fingidos, eu queria te dizer aqui que não sei bem se isso é uma carta de amor, mas tenho certeza de que vou guarda-la com carinho pra um dia entregar àquela que eu puder chamar de amor.


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sábado, 13 de junho de 2009

Aquela Loira...

Estava-lá-eu, pensativo, observativo, analisativo - timido que só vendo. Até então nada me saltara aos olhos. Pois bem. Entra aquela Loira.

Num primeiro momento, era só mais uma à conhecer, e assim ficou durante algum tempo. Mas, repentinamente, tomou conta de mim; dos meus pensamentos; das minhas atitudes... É inexplicável, mas não inadimissível.

Ela é Loira e é Linda; Uma Linda Loira Linda. Gamei logo de cara (já perceberam, né).

Ela mal me notou, diga-se de passagem!

Devido a isso, mudei drasticamente meu comportamento na tentativa de uma aproximação, mas não obtive muito sucesso (na verdade, não obtive sucesso algum, creio).

Ainda estou na batalha por um lugarzinho no coração dela, mas parece que ela não me nota. E quanto mais eu percebo isso, mais vontade tenho eu de conquistar, de uma vez por todas, esse amor que tanto quero. Vamos ver se obtenho mais sucesso daqui pra frente. Torçam por mim.

Desde então, "só penso nela, quem é ela?, o nome dela é...", vamos ver se algum dia ela ainda usa meu sobrenome...

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dia dos Namorados

Dia dos namorados é assim:

- Amor, você quer sair?
- Pra onde?
- Quer ir no ED's?
- Já que você quer a gente vai.
- Mas eu não quero. Só perguntei se você queria porque sua amiga chamou a gente.
- Você quer sim. Tô indo me arrumar.
- Mas eu não quero.
- Vai ficar fazendo doce agora?
- Então a gente vai, porque você quer ir. Vou me arrumar.

Em resumo: Fomos num lugar no qual ambos não queríamos, por falhas de comunicação, por excesso de zelo... Tirem suas próprias conclusões, mas namoro, as vezes, é assim! Vai falar que não?!



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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Da música do caos

Eu vivo de música, quase como combustível.
É bom saber que amanhã de manhã do meu lado vão acordar alguns arranjos e letras. Acorde.
Sou o caos, vim de lá e é pra lá que eu volto, acho que é ai que entra a música, a harmonia pro meu caos.
Nunca pensei muito pra falar, na verdade não penso nada. Mas penso sempre pra cantar, pra cantarolar ou até assoviar alguma melodia por ai...
Vai ver é isso, eu sou música e me falta cantarem.


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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sobre a paz que reina

Falta paz. Talvez tenha perdido, ou então nem encontrado.
Eu escrevo e ela aparece, mas só aparece. Falta paz comigo.
Um vazio reinando em seu lugar, parte de uma música apaixonada, me viro pro lado e dou risadas pro ar.
Também vento e amor, entendo que não faz sentido nenhum (faz todo sentido!), mas até que é interessante ver as palavras se arrumando como elas querem sobre a falta de paz que elas mesmas evidenciam.
Pó e pé, estrada de chão. Falta paz comigo.

[Texto em homenagem a Banda Solana e Aline Muniz]


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terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre sóis e guarda-chuvas.

Hoje eu vi uma moça chorando no pátio. Até entendo ela, o tempo choroso, o pátio choroso, o céu chorando também.
Sou meio que adepto desse clima lamurioso (não me levem a mal, sou um cara feliz), e por vezes até acho interessante um dia chuvoso, mas moças chuvosas me deixam inquieto. Os olhos dela choviam, marcados de algumas nuvens escuras que cobriam a beleza do rosto, chovia triste, triste...
Eu queria mudar meu caminho, esquecer meu capuccino habitual e ir clarear o dia dela, pensei em perguntar "o que há, moça?" e cantarolar alguma música feliz de Los Hermanos.
Remoí a idéia até chegar a conclusão de que sou um tanto diferente do sol. Fui falar com ela, mas faço o estilo guarda-chuva.

COPACUBANA